Em um mercado cada vez mais competitivo e “commodityzado”, o Design Estratégico vem se mostrando um importante aliado para a diferenciação de marca, ajudando a se destacarem perante seus concorrentes.
Esclarecemos o que é marca no blog post: O que é Branding (de verdade!).
Neste post, resolvemos trazer as razões cognitivas que, através do Design, fazem determinadas marcas se distinguirem, ficarem guardadas em nossas mentes e, consequentemente, tornarem-se mais importantes para nós.
Antes de tudo, o que é Design Estratégico?
O Design Estratégico busca trazer a mentalidade do designer para um determinado projeto. Tem como foco aprimorar habilidades para auxiliar a resolver os desafios enfrentados por marcas e empresas.
“O design estratégico oferece orientações técnicas e criativas a partir da perspectiva social, incentiva a escuta, a pesquisa qualitativa e a criação de cenários. Executa e amplia os processos formados com seus clientes, parceiros e colaboradores por meio de uma rede de inovação, métodos e produção de valor” (PASTORI et al., 2009).
Sendo assim, o Design Estratégico é uma metodologia que privilegia a colaboração de diversos indivíduos e pode ser usado como base em um modelo de negócio. As ferramentas utilizadas podem ajudar empresas a compreenderem melhor seu público, seus desejos e suas necessidades, bem como projetar conceitos e estratégias e gerar mudanças operacionais e de entrega de uma marca.
O processo de percepção
de uma marca
De acordo com Sheth, percepção é o processo pelo qual uma pessoa seleciona, organiza e interpreta a informação que ela recebe do ambiente.
Levando em consideração o paradigma do estado de consciência, temos o seguinte cenário:
Tudo que nos é sensorial, seja por um, alguns ou todos os nossos sentidos, é percebido pelo nosso cérebro, logo, quanto mais pregnância de significado, clareza, harmonia e equilíbrio esse input de informações da marca e seus pontos de contato trouxerem, mais facilmente o nosso cérebro organizará as informações.
Após esse apanhado de informações, o cérebro passa a interpretá-las através do nosso significado pessoal, da nossa bagagem prévia. E é aí que o significado das marcas é construído em nossa memória, completando o paradigma do estado de consciência que vimos acima.
Levando em conta essa lógica, existe um “cálculo” que ajuda a ilustrar a percepção de uma marca:
Marca é igual ao registro de memória elevado à enésima potência (ou seja, quanto mais for potencializado esse registro de memória, melhor a qualidade da marca que você estará construindo), subtraindo C, que é tudo que compete com o registro de memória, tudo aquilo que extrai valor.
Mas como desenvolver possibilidades para que esse registro de memória seja positivo e alinhado com as estratégias de uma marca? Calma. Vamos explicar isso um pouco mais pra frente.
Isomorfismo Mimético como cenário
Ainda precisamos levar em conta um cenário que as marcas sofrem, chamado Isomorfismo Mimético.
Com o passar do tempo, empresas tendem a se homogeneizar, ou seja, a ficarem com gestão, soluções e discursos parecidos. Uma companhia lança algo novo, o público e as demais empresas vão sendo atraídas por essa novidade. Com passar do tempo, tudo fica muito igual para o consumidor (vide os grandes bancos, empresas de varejo e companhias aéreas).
Quanto mais parecidas são as empresas, maior a competição pela atenção do consumidor e, consequentemente, pela mesma receita ou recursos. O pensamento racional se torna insuficiente para explicar a escolha do público, por uma razão muito simples:
Ela é constituída por diversos componentes irracionais e subjetivos. E aí entra o Design Estratégico.
E então, como o Design Estratégico pode ajudar na busca pela diferenciação?
Ok! Vamos lá:
Sabemos então que o Design Estratégico pode ser utilizado a nível estratégico e de gestão. Neste ponto, é possível e necessário entender os públicos do negócio. Quais são, como são e onde estão. De que forma eles interagem e atribuem significado. Trazer pessoas para dentro do processo, abre uma nova porta de possibilidades e ações para uma abordagem cada vez mais precisa.
Assim, é possível descobrir também quais são os pontos de contato mais importantes para o negócio. É através dos pontos que a empresa irá tangibilizar e construir artifícios para um registro de memória positivo, alinhado com a estratégia do negócio, e atenuar eventuais componentes que competem com o registro de memória e extraem valor da marca.
Mas antes de pensar nos pontos de contato, o Design Estratégico pode e deve entender o diferencial competitivo do negócio, para fugir do Isomorfismo Mimético. Aqui, diferencial é o que só um determinado negócio tem e que a sua concorrência não conseguirá copiar dentro de vários anos. Trata-se de um elemento intangível, inserido no nível estratégico das empresas.
É aí que o Design Estratégico tem valor, onde deixa-se de olhar apenas para a competitividade nos aspectos racionais e de processos e passa-se a olhar com muito mais cuidado, dentro do nível estratégico das organizações, para esses aspectos intangíveis.
Aqui na Pezzo, utilizamos o Design Estratégico através de ferramentas e metodologias próprias, para ajudar marcas e empresas a saírem do pensamento exclusivamente racional e buscarem um diferencial realmente competitivo, que gere valor para o próprio negócio e para as pessoas.